O estado de maior risco é o Pará, com uma área potencialmente depredada de 6.288 km²MAURO PIMENTEL/AFP - 15.09.2017
O desmatamento na Amazônia brasileira neste ano pode superar a pior marca desde 2006, com mais de 15 mil km² depredados, segundo estimativa de uma plataforma de inteligência artificial de uma ONG brasileira.
Se medidas efetivas não forem tomadas para controlar a exploração madeireira, a parte brasileira da maior floresta tropical do mundo poderá perder cerca de 15.391 km² de sua vegetação, o que equivale a dez vezes a área da cidade de São Paulo, segundo projeções da ferramenta PrevisIA, desenvolvida pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e Microsoft.
Isso significaria um aumento de 16% em relação ao período de análise anterior, entre agosto de 2020 e julho de 2021, em que 13.235 km² foram registrados como desmatados, e o pior desde 2006, quando foram destruídos 14.286 km².
De acordo com o estudo, o estado de maior risco é o Pará, com uma área potencialmente depredada de 6.288 km², 41% de todo o território ameaçado em 2022.
Os cálculos da PrevisIA são baseados em considerações de diferentes indicadores relacionados a desmatamento, rotas legais e ilegais, topografia, infraestrutura urbana e dados socioeconômicos de diferentes áreas.
O pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr. alertou para o fato de que, como 2022 é ano eleitoral, com eleições presidenciais em outubro, a fiscalização da floresta pode ser reduzida, como já aconteceu em outros ciclos eleitorais.
"É importante que os órgãos de controle atuem para proteger a Amazônia", disse.
Nas eleições, o presidente Jair Bolsonaro buscará a reeleição, numa disputa em que provavelmente enfrentará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda não oficializou sua candidatura, mas lidera as pesquisas de intenção de voto.
Bolsonaro, que pressionou para expandir o agronegócio e a mineração na Amazônia, tem enfrentado pressão internacional e protestos pela destruição do chamado "pulmão do mundo", considerado vital para conter as mudanças climáticas.
O presidente lançou na segunda-feira um plano para expandir a mineração de ouro na região amazônica, e recebeu críticas de ambientalistas por promover uma indústria acusada de desmatar, poluir e invadir terras indígenas.
Fonte: BRASIL | por AFP
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