Foragida, mulher do 'Faraó dos bitcoins' transfere R$ 2,3 milhões para a irmã

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Foragida, mulher do 'Faraó dos bitcoins' transfere R$ 2,3 milhões para a irmã


Venezuelana é apontada junto com o marido como responsável por um esquema que afetou 67 mil investidores

PORTO VELHO, RO
  — A venezuelana Mirelis Zerpa, mulher de Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, transferiu cerca de R$ 2,3 milhões de suas contas para a irmã, Noiralis, à revelia da Justiça brasileira. Investigadores do caso receberam a operação, efetuada na primeira quinzena de dezembro pela Binance, espécie de bolsa de valores de criptomoedas, como sinal de que a venezuelana, foragida desde agosto, não está disposta a se entregar ou fazer qualquer tipo de acordo que envolva a devolução do dinheiro dos investidores.

Como a Binance registra em fontes abertas as operações de compra e venda de criptomoedas, os investigadores constataram a transferência de 10 bitcoins em favor de Noiralis Zerpa. Pela cotação desta quinta-feira, dia 10, um bitcoin valia R$ 232.969,00. Embora os bens e ativos em nome de Glaidson, Mirelis e da empresa do casal, a GAS Consultoria Bitcoin, estejam bloqueados judicialmente, na prática não há como sustar as movimentações da venezuelana em plataforma internacional.

A transferência vai dificultar eventual tentativa de acordo de leniência de Mirelis com a Justiça Federal no Rio de Janeiro. Há duas semanas, o advogado mineiro Ciro Chagas, que defende a venezuelana, anunciou nas redes sociais que foi autorizado pela cliente a apresentar à Justiça um plano de pagamento aos clientes lesados pela empresa.


A GAS fechou em agosto do ano passado, depois que Mirelis e Glaidson foram acusados de montar uma pirâmide financeira disfarçada de consultoria de investimentos em criptomoedas. Ciro Chagas disse ao GLOBO, há dez dias, que já informou sobre a intenção de Mirelis à juíza Rosália Figueira, da Terceira Vara Federal Criminal do Rio, onde tramita a ação contra o casal e seus sócios.

Mirelis, que está foragida desde 25 de agosto, durante a Operação Kriptos, foi apontada junto com o marido como responsável por um esquema que afetou 67 mil investidores - os investigadores estimam que o número pode chegar a 200 mil - e arrecadou pelo menos R$ 38 bilhões. Porém, até o momento, as autoridades só conseguiram apreender cerca de R$ 200 milhões. A venezuelana, de 38 anos, chegou ao Brasil em novembro de 2013.

Na denúncia que enquadrou os dois e outros 15 comparsas por crime contra o sistema financeiro nacional e organização, o Ministério Público Federal (MPF) revela informações de Mirelis já tinha ligação com fraudes envolvendo bitcoins na Venezuela, onde foi acusada de ajudar os clientes a lavar dinheiro. Os investigadores acreditam que Mirelis se encontre foragida na Flórida (EUA).

Fonte: O Globo

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