Durante fiscalização no Parque Guajará fiscais da Sedam são atacados a tiros

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Durante fiscalização no Parque Guajará fiscais da Sedam são atacados a tiros

Parque registra histórico de invasões e ataques contra polícia e fiscais ambientais. Ninguém se feriu neste mais recente ataque.

Porto Velho, RO - Fiscais da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) foram novamente atacados a tiros durante uma fiscalização no Parque Guajará-Mirim (RO), a 206 quilômetros de Porto Velho.

Segundo informações obtidas pela Rede Amazônica, os agentes faziam uma ação de rotina na reserva nesta segunda-feira (4) e quando passavam por uma estrada dentro do parque, tiros foram disparados contra o comboio.

A Polícia Militar Ambiental (PMA), que fazia a segurança dos fiscais, reagiram ao ataque criminoso. Houve uma intensa troca de tiros no local e os agentes da Sedam se esconderam atrás da viatura da polícia.

Ninguém ficou ferido durante o tiroteio e, após os suspeitos cessarem o ataque, os agentes da Sedam foram retirados da área.

A suspeita é que os disparos foram efetuados por invasores que desmatam a reserva ambiental, mas ninguém foi preso.

Histórico de ataques

O Parque Guajará-Mirim tem um histórico de invasões e ataques contra fiscais e policiais. Em maio de 2020, agentes da Sedam também foram alvos de uma emboscada feita por mais de 50 pessoas encapuzadas.

Na ocasião, um servidor foi baleado durante um confronto contra os invasores. A troca de tiros durou aproximadamente 15 minutos e o servidor foi baleado no antebraço.

Já em fevereiro deste ano, policiais militares também foram recebidos a tiros durante patrulhamento no Parque Estadual Guajará-Mirim.

Os ataques contra fiscais se tornaram tão frequentes que, no fim de 2021, conselheiros do Parque Estadual Guajará-Mirim pediram que o governo de Rondônia proteja os servidores que atuam no combate de invasões de terra na unidade.

Segundo uma carta feita na época, e enviada ao estado, a ocupação ilegal é uma das principais causas do desmatamento no Parque e uma reintegração de posse imediata é necessária.

Em junho do ano passado foi realizada uma operação para combater a ocupação, comércio e a exploração ilegal de recursos naturais na Zona de Amortecimento do Parque Estadual Guajará-Mirim, conhecida como “Bico do Parque”. Durante a ação foram calculados danos ambientais que passam dos R$ 80 milhões.

Ainda em 2021, o governo estadual aprovou uma lei que alternou os limites e reduziu aproximadamente 220 mil hectares do Parque Estadual Guajará-Mirim e da Reserva Extrativista Jaci-Paraná.

A lei foi considerada inconstitucional pelo TJ-RO. No entanto, durante o período de validade da norma o desmatamento das unidades aumentou consideravelmente, sobretudo no Parque Estadual.

Após a aprovação da lei, o desmatamento na área já chega a 40 km². As duas áreas juntas perderam, até outubro deste ano, 127 km². Quase todo este desmatamento aconteceu depois da aprovação da norma estadual.

A importância do Parque Guajará-Mirim

Criada em 1990, a unidade de conservação (que abrange as cidades de Nova Mamoré e Guajará-Mirim) tinha uma área de 216.568 hectares para serem protegidos pelo poder público.

Ao longo dos anos a vegetação do parque foi se tornando um atrativo no estado, por causa de suas cachoeiras e trilhas verdes, além de ser o abrigo de espécies de animais ameaçados de extinção. Com a “fama” pública, o Parque Guajará acabou sendo o primeiro a ser aberto à visitação no estado, em 2017.

Fonte: G1

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