Porto Velho, RO - O Hoje é Dia desta semana exalta manifestações culturais populares, sobretudo, do Nordeste brasileiro. Agosto começa trazendo datas dedicadas a um gênero literário e a uma manifestação popular: o cordel e o maracatu.
Vinda de Portugal para o Brasil no século XVII, a literatura de cordel adquiriu traços da cultura nordestina e se transformou em expressão da região. Impressos de forma artesanal em folhetos, os cordéis eram popularmente vendidos em feiras dispostos em cordões - daí veio o nome desse gênero literário.
A poesia dos cordelistas é feita para ser declamada. Para ser considerada literatura de cordel, as obras devem obedecer certas regras de métrica, rimas e variações linguísticas. Os temas, no entanto, percorrem os mais variados assuntos - desde aventuras de heróis da cultura nordestina a piadas. Em 2019, o programa Trilha de Letras, da TV Brasil, trouxe o poeta Bráulio Bessa para falar desta "poesia popular e sofisticada". Assista:
No mesmo ano, o Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, debruçou-se sobre a história das mulheres cordelistas. O programa mostrou como os versos escritos por mulheres estão saindo da gaveta e ganhando espaço, em um meio onde os homens ainda predominam:
A magia da literatura de cordel é trazida também em reportagem da Agência Brasil, que narra a história da família de Abraão Batista, um dos maiores cordelistas brasileiros.
Ainda no dia 1º, é dia de um ritmo folclórico nacional, que mistura dança e música, e é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. É o maracatu, celebração popular de origem africana surgida em Pernambuco no século XVII.
Há dois tipos diferentes de maracatu: o maracatu rural, ou de baque solto, e o maracatu nação, ou de baque virado. O primeiro acontece durante os períodos de carnaval e Páscoa, sobretudo na região da Zona da Mata nordestina. Esse ritmo mistura outras manifestações culturais, como cambindas, bumba-meu-boi, cavalo-marinho e coroação dos reis negros.
Maracatu rural, também conhecido como maracatu de baque solto - Foto: Arquimedes Santos/Prefeitura de Olinda
Já o maracatu nação está presente principalmente na região metropolitana de Recife. Essa expressão artística apresenta um conjunto musical percussivo e um cortejo real, que sai às ruas para desfiles e apresentações durante o carnaval.
O programa Sábados Azuis: Histórias de um Brasil que dá certo, exibido pela TV Brasil em 2017, fez um passeio pelo município pernambucano de Nazaré da Mata, um dos berços do ritmo.
Na quarta-feira (3), outra manifestação de origem africana é lembrada: o Dia do Capoeirista. Luta disfarçada de dança e criada por escravos africanos (sobretudo de Angola), a criação da capoeira data do século XVI. Atualmente, três tipos de capoeira são praticados no Brasil: a capoeira de Angola, a contemporânea e a regional. O Repórter Brasil conta um pouco mais da história dessa arte.
Primeira mulher na Academia Brasileira de Letras
Há 45 anos, uma mulher se tornava uma imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) pela primeira vez. A escritora Raquel de Queiroz foi nomeada em 4 de agosto de 1977 para a cadeira nº 56, após o falecimento de Candido Motta Filho.
Cearense nascida em Fortaleza, Raquel de Queiroz ganhou reconhecimento nacional aos 19 anos com a publicação do romance O quinze, que narra a luta do povo nordestino durante a grande seca de 1915. O Recordar é TV lembra a trajetória da escritora.
Além do pioneirismo na ABL, Raquel foi também a primeira mulher a ganhar um Prêmio Camões - maior premiação da literatura em língua portuguesa. Ao longo da carreira, Raquel de Queiroz publicou crônicas, romances e fez tradução de obras de importantes autores internacionais, como Jane Austen, Fiódor Dostoiévski e Agatha Christie. Também teve participação importante na política da época e chegou a ser presa durante a ditadura Vargas por dois anos, período em que escreveu Caminho de Pedras. O Momento Literário, do programa Antena MEC, retratou a trajetória da escritora:
Também no dia 4, serão 35 anos da morte do cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro Dick Farney - apelido do carioca Farnésio Dutra e Silva. Tido como precursor da bossa nova, Dick Farney foi tema de uma matéria especial da Agência Brasil no ano passado, por conta do centenário de seu nascimento. A reportagem recuperou, direto do acervo da Rádio Nacional, áudios de Farney - para muitos, o "Sinatra brasileiro" cantando clássicos como Alguém como tu e Copacabana.
Aniversários na Rádio Nacional
Nesta semana, também é celebrado o aniversário de três programas da Rádio Nacional. Em 1ª de agosto, as comemorações são pelos 67 anos da primeira irradiação do Programa Calendário Kolynos. Já na quarta-feira (3), é a vez de celebrar os 75 anos do Nada além de dois minutos.
O programa Caricaturas completa também 75 anos na quarta-feira (4). Nessa produção, uma personalidade era homenageada com a dramatização de momentos marcantes. Confira um episódio do programa, que narra a trajetória de Pixinguinha, com a participação de Mário Lago.
Confira a lista semanal do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados:
31 de julho a 6 de agosto de 2022
Por Gabriella Castro* - Estagiária da Agência Brasil
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