Protestos na Bolívia causam filas quilométricas de caminhões

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Protestos na Bolívia causam filas quilométricas de caminhões

Manifestação é contra prisão do governador de Santa Cruz, Luis Camacho

Porto Velho, RO - Dezenas de caminhões de transporte pesado ficaram parados nas estradas da região boliviana de Santa Cruz nesta terça-feira (3), em mais um dia de protestos contra a prisão do governador local, Luis Camacho. Ele é acusado de ser o responsável pela deposição do ex-presidente Evo Morales em 2019. Grupos empresarais da próspera região agrícola pedem ordem. 

O departamento, que faz fronteira com o Brasil e o Paraguai, registra, há seis dias, manifestações que levaram a confrontos com a polícia após a prisão de Camacho.

A capital regional está cercada pelo fechamento das estradas de ligação com o resto do país e o exterior, segundo testemunhas da Reuters. Bloqueios com pneus, galhos e pedras deixaram filas intermináveis de veículos de carga em diversas estradas da vasta planície tropical.

"A população está revoltada com a prisão de um governador de direita e quer sua liberdade, mas estamos pagando e sofrendo com essa situação", disse Luiz Hebert Godoy, caminhoneiro brasileiro.

Em vídeo divulgado à imprensa, os dirigentes das maiores associações empresariais de Santa Cruz pediram às autoridades nacionais que cumpram o Estado de Direito e tratem a região "com respeito". Eles apelaram também aos manifestantes para que encerrem os bloqueios nas estradas.

"Estamos unidos para exigir que todos os poderes do Estado - Executivo, Legislativo, Judiciário ou Eleitoral - cumpram rigorosamente a lei, que seja garantida uma ordem social pacífica", disse o presidente da Federação de Empresários Privados de Santa Cruz, Jean Pierre Antelo.

Os protestos pela detenção de Camacho em um presídio da cidade serrana de El Alto - para onde foi transferido após ser preso na quarta-feira -, têm como pano de fundo o desejo histórico de autonomia de Santa Cruz em relação ao governo nacional, com sede no oeste de La Peace.

Fonte: Agustín Marcarián, Daniel Ramos e Mónica Machicao - Repórteres da Reuters

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