Porto Velho, RO - As forças russas intensificaram ataques ao longo das linhas de frente no Leste da Ucrânia nesta sexta-feira (17), dia em que políticos e líderes militares de todo o mundo se reúnem na Alemanha, numa conferência sobre segurança.
Amparada por dezenas de milhares de reservistas, a Rússia tem intensificado ataques terrestres no Sul e Leste da Ucrânia à medida que se aproxima o primeiro aniversário do início da guerra, em 24 de fevereiro.
Uma grande ofensiva russa parece estar tomando forma e o governador da região de Luhansk, no Leste da Ucrânia, relatou aumento significativo hoje de ataques russos.
"Hoje está bastante difícil em todas as direções porque o número de ataques aumentou significativamente, o bombardeio também, mesmo com a força aérea", disse o governador Serhiy Haidai a uma emissora de televisão ucraniana.
"Há tentativas constantes de romper nossas linhas de defesa", acrescentou, sobre combates perto da cidade de Kreminna.
A Rússia lançou ontem mísseis na Ucrânia e atingiu a maior refinaria de petróleo. Dos cerca de 36 mísseis que o país disparou, cerca de 16 foram abatidos, disse a força aérea ucraniana, uma taxa menor do que o habitual.
Não houve declaração da Rússia sobre os últimos combates, e a Reuters não pôde confirmar de forma independente os relatos do campo de batalha.
A Ucrânia disse que o ataque dessa quinta-feira incluiu mísseis que suas defesas aéreas não podem abater, o que aumenta a urgência de seus apelos por mais apoio militar ocidental.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, e a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, estão entre as muitas autoridades de alto escalão presentes à Conferência de Segurança de Munique.
A reunião do ano passado ocorreu dias antes do início da guerra. Enquanto as tropas russas se concentravam nas fronteiras da Ucrânia, os líderes ocidentais em Munique exigiram que o presidente russo, Vladimir Putin, não invadisse e fizeram advertências sobre consequências se Moscou avançasse sobre o território vizinho.
Este ano, os líderes enfrentarão as consequências da decisão de Putin de ignorar os alertas. A guerra na Ucrânia é a mais devastadora na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Os líderes russos não participam da conferência, que vai até domingo (19), mas espera-se que autoridades ucranianas se manifestem.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse em vídeo, à noite, que sua prioridade é conter os ataques russos e se preparar para eventual contraofensiva ucraniana.
"Manter a situação no front e preparar-se para quaisquer passos de escalada do inimigo - essa é a prioridade para o futuro próximo", declarou.
Autoridades dos Estados Unidos aconselharam a Ucrânia a adiar qualquer contraofensiva até que o mais recente suprimento de armamentos norte-americanos esteja disponível e o treinamento seja fornecido.
Negociações de paz
O conselheiro político do governo ucraniano Mykhailo Podolyak descartou hoje (17) a realização de negociações de paz com Moscou, a menos que a Rússia se retire da Ucrânia. Ele reiterou assim a posição de Kiev antes de uma conferência internacional cujo tema principal deverá ser a guerra.
"Para a descriminalização da política global e da verdadeira segurança global, a guerra deve terminar com a vitória da Ucrânia", escreveu Podolyak no Twitter.
"As negociações podem começar quando a Rússia retirar suas tropas do território da Ucrânia. Outras opções só dão à Rússia tempo para reagrupar forças e retomar as hostilidades a qualquer momento."
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o presidente da França, Emmanuel Macron, e a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, estão entre as autoridades graduadas que participam da Conferência de Segurança de Munique.
Fonte: Olena Harmash - Repórter da Reuters*
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