Crusoé: "Por que Lula não botou os cubanos no novo Mais Médicos"

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Crusoé: "Por que Lula não botou os cubanos no novo Mais Médicos"

Em coletiva, presidente não afirmou que eles farão parte do programa, apenas se referiu a “intercambistas”; brasileiros terão prioridade. Foto: Granma

Porto Velho, RO - O presidente Lula (foto) anunciou nesta segunda, 20, o novo programa Mais Médicos, que substituirá o Médicos pelo Brasil. Na coletiva de imprensa, ele não afirmou que profissionais cubanos (foto) farão parte do programa, apenas se referiu a “intercambistas” formados em outros países. Aliás, Lula fez questão de enfatizar que os brasileiros terão prioridade.

“Nós sofremos muitas acusações. Muita gente da categoria médica não aceitava o Mais Médicos. Sobretudo, muita gente não aceitava os médicos cubanos que vieram de fora. Muitos amigos nossos e companheiros de sindicatos não aceitavam. Mas, inegavelmente, o programa foi um sucesso excepcional“, disse Lula. “Ele (o programa) está voltando agora com um cuidado excepcional. Um cuidado muito grande. Nós queremos que todos os médicos que se inscrevam sejam brasileiros. Esse é um esforço comum da nossa ministra, um esforço comum do edital, de garantir que os médicos sejam médicos brasileiros, formados adequadamente. Se não tiver condição, vamos querer médicos brasileiros formados no exterior. Ou médicos estrangeiros que trabalham aqui. Se não tiver, vamos fazer um chamamento para que médicos estrangeiros ocupem essa tarefa, porque o que importa para nós não é saber a nacionalidade do médico, mas a nacionalidade do paciente.”

A prioridade dada aos médicos brasileiros salta aos olhos, principalmente porque foi a ditadura cubana que sugeriu e apresentou, ainda em 2012, o programa ao governo petista, segundo telegramas da Embaixada Brasileira em Havana, divulgados em 2018. Nas primeiras reuniões secretas, petistas e cubanos manobraram para que a aprovação do programa não dependesse do Congresso Nacional.

A declaração de Lula sobre priorizar brasileiros desta vez tem várias explicações. A primeira é que o presidente pode ter calculado que a intensa campanha a favor dos direitos humanos dos médicos cubanos tenha fincado raízes na sociedade brasileira. Assim, ainda que a maior parte dos brasileiros apoie a presença de doutores em locais distantes ou carentes do país, há uma intensa rejeição às condições de trabalho forçado, como a proibição de namorar, de trazer parentes, de passear por outras cidades ou de participar de exames de língua portuguesa. Com a opinião pública fortemente apoiando os direitos desses profissionais, seria inviável submetê-los novamente às mesmas condições degradantes.

A segunda explicação pode ser de ordem jurídica…

Fonte: O Antagonista

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