País mantém estrita proibição de símbolos religiosos em colégios
Porto Velho, RO - Os conservadores franceses aplaudiram nesta segunda-feira (28) a decisão do governo de proibir as crianças de usarem a abaya [foto], uma túnica usada por algumas mulheres muçulmanas, nas escolas públicas, mas a medida também atraiu críticas.
A França, que impôs uma proibição estrita de símbolos religiosos nas escolas públicas desde que as leis do século 19 eliminaram qualquer influência católica tradicional do ensino público, tem alterado as diretrizes para lidar com uma crescente minoria muçulmana.
“Nossas escolas são continuamente submetidas a testes e, nos últimos meses, as violações da laicidade aumentaram consideravelmente, em particular com [alunos] vestindo trajes religiosos como abayas e kameez”, disse o ministro da Educação, Gabriel Attal, em coletiva de imprensa para explicar a proibição.
O chefe do partido conservador Os Republicanos, Eric Ciotti, acolheu rapidamente a medida, sublinhando que seu grupo a solicitou repetidamente.
Mas Clementine Autain, deputada do partido de extrema-esquerda França Insubmissa, criticou o que chamou de “polícia da moda” e uma medida “característica de uma rejeição obsessiva aos muçulmanos”.
O sindicato de diretores escolares SNPDEN-UNSA saudou a medida, dizendo que o que precisava acima de tudo era de clareza, disse seu secretário nacional, Didier Georges, à Reuters.
“O que queríamos dos ministros era: sim ou não?” Georges disse sobre a vestimenta: “Estamos satisfeitos porque foi tomada uma decisão. Teríamos ficado igualmente felizes se a decisão tivesse sido autorizar a abaya.
"Estávamos preocupados com um forte aumento [no número de alunos] que usam a abaya. E acreditamos que não era nosso papel arbitrar, mas sim do Estado", disse ele, falando de preocupações com a segurança dos diretores.
Em 2004, a França proibiu o uso do véu nas escolas e aprovou a proibição do uso do véu que cobre todo o rosto em público em 2010, irritando alguns membros da sua comunidade muçulmana de cinco milhões de habitantes.
Reportagem adicional de Bertrand Boucey e Ingrid Melander/Juliette Jabkhiro e Tassilo Hummel – repórteres da Reuters
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