Porto Velho, RO - O Dia de Campo, promovido pelo Governo de Rondônia na Reserva Extrativista – Resex do Rio Ouro Preto, objetiva incentivar práticas sustentáveis no cultivo e pós-colheita da Castanha-da-Amazônia. Mais de 100 agricultores e extrativistas de Porto Velho, Nova Mamoré e Guajará-Mirim receberam informações a respeito de produção de mudas, tecnologias para os castanhais nativos, boas práticas na pós-colheita, classificação e qualidade do produto, agroindustrialização e o mercado da castanha no Estado. O evento ocorreu em Guajará Mirim, na quarta-feira (20), mediante parceria entre Secretaria de Estado da Agricultura – Seagri, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMbio.
Na linha do desenvolvimento sustentável, os pesquisadores vêm trabalhando na produção de tecnologias que possibilitem o cultivo da castanha em escala econômica, para isto, selecionaram plantas matrizes e fizeram clonagem, desenvolvendo técnicas de coleta na floresta com segurança e o melhor aproveitamento dos frutos de castanhais nativos. Alguns exemplares foram distribuídos aos participantes durante o evento.
Outra questão importante é o modo de armazenamento e secagem das amêndoas, para garantir a qualidade do produto requerida pelos consumidores, tanto no mercado brasileiro quanto dos importadores. A amontoa dos ouriços por muito tempo na mata ou o armazenamento inadequado das amêndoas, apresenta risco de contaminação por fungos que produzem a aflotoxina, toxina fúngica, que é o agente infeccioso de diversas doenças graves e pode ser encontrado em alimentos como milho amendoim e nozes, para evitar o problema os extrativistas estão sendo orientados em boas práticas de armazenamento da castanha.
A produtora Almezina Nolasco, da zona Rural de Porto Velho, ressaltou a importância da troca de conhecimentos e experiências durante o evento. “Gostei muito da oportunidade de compartilhar informações valiosas sobre o cultivo da castanha, desde a produção de mudas até a comercialização do produto. Saio daqui satisfeita com tudo que aprendi”, comentou.
Foi apresentado Programa de Aquisição de Alimentos
O coordenador da Agricultura Familiar da Seagri, Eduardo Seti, salientou a importância do Programa Estadual de Aquisição de Alimentos – PEAA na promoção do acesso à alimentação e estímulo à agricultura familiar. “O programa tem o intuito de adquirir alimentos da agricultura familiar e destiná-los a pessoas em situação de insegurança alimentar no Estado, e se mostrou uma importante ferramenta para fortalecer a produção de Castanha-da-Amazônia, incentivando os produtores a adotarem práticas sustentáveis em sua produção”.
A chefe da Embrapa, Lúcia Helena Wadt destacou a importância das tecnologias para a produção da castanha em castanhais nativos, tanto para o mapeamento das árvores produtivas, quanto para a utilização de práticas como o corte de cipós. “O conhecimento do extrativista e a transmissão desse conhecimento entre gerações são fundamentais para a sustentabilidade da coleta da castanha. Este tipo de evento é essencial para o desenvolvimento da cadeia produtiva da Castanha-da-Amazônia”, reforçou.
Para o secretário da Seagri, Luiz Paulo, a adoção de práticas sustentáveis no cultivo e pós-colheita garante a preservação dessa espécie tão importante para a região e incentiva o uso consciente dos recursos naturais. “Com a conscientização dos produtores e disseminação dos conhecimentos adquiridos no evento, é possível garantir a sustentabilidade dessa cadeia produtiva, promovendo o desenvolvimento econômico e social da região, sem comprometer os recursos naturais”, finalizou.
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