Porto Velho, RO - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) poderá votar, já nesta segunda-feira (18), uma proposta para exigir que Israel e o Hamas permitam o acesso de ajuda à Faixa de Gaza – através rotas terrestres, marítimas e aéreas – e estabelecer o monitoramento da ONU para a assistência humanitária prestada.
Diplomatas disseram que o destino do projeto do Conselho de Segurança depende de negociações finais entre o aliado de Israel e poder de veto do conselho, os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos, que redigiram o texto.
“Nós nos envolvemos de forma construtiva e transparente em todo o processo em um esforço para nos unirmos em torno de um produto que vai passar”, disse uma autoridade dos EUA, falando sob a condição de anonimato.
“Os Emirados Árabes Unidos sabem exatamente o que pode passar e o que não pode – cabe a eles decidir se querem fazer isso.”
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Os EUA querem suavizar a linguagem sobre a interrupção das hostilidades, disseram diplomatas. O rascunho do texto, visto pela Reuters, atualmente “pede uma cessação urgente e sustentável das hostilidades para permitir o acesso humanitário seguro e desimpedido”.
Autoridades da ONU e agências de ajuda alertam para uma crise humanitária catastrófica em Gaza – fome e doenças em massa – com a maioria dos 2,3 milhões de habitantes do enclave palestino expulsos das suas casas durante o conflito que já dura dois meses.
Uma resolução do conselho precisa de pelo menos nove votos a favor e nenhum veto dos EUA, França, China, Grã-Bretanha ou Rússia.
No início deste mês, Washington vetou uma resolução no conselho de 15 membros que teria exigido um imediato cessar-fogo humanitário entre Israel e combatentes palestinos em Gaza. A Assembleia Geral da ONU, com 193 membros, então exigiu um cessar-fogo na semana passada, com 153 estados votando a favor.
Os Estados Unidos e Israel opõem-se a um cessar-fogo porque acreditam que isso só beneficiaria o Hamas. Washington, em vez disso, apoia fazer uma pausa nos combates para proteger os civis e permitir a libertação de reféns mantidos pelo Hamas desde 7 de outubro.
Israel bombardeou Gaza pelo ar, impôs um cerco e lançou uma ofensiva terrestre em retaliação a esse ataque no qual Israel diz ter matado 1.200 pessoas e visto 240 serem levadas como reféns. Cerca de 19 mil palestinos foram mortos, segundo as autoridades de saúde de Gaza.
Depois de várias tentativas fracassadas de agir, o Conselho de Segurança no mês passado pediu pausas nos combates para permitir acesso de ajuda a Gaza. Uma pausa de sete dias – durante a qual o Hamas libertou reféns, enquanto palestinos foram libertados de prisões israelenses, assim como houve um aumento na ajuda a Gaza – terminou em 1º de dezembro.
A ajuda humanitária e as entregas de combustível limitadas cruzaram para Gaza através da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, sujeita a monitoramento por Israel, mas autoridades da ONU e trabalhadores humanitários dizem que não chega nem perto de satisfazer as necessidades mais básicas dos habitantes de Gaza.
O projeto de resolução visa estabelecer o monitoramento da ONU em Gaza da ajuda prestada por terra, mar ou ajuda por países que não são partes no conflito. A ONU notificaria a Autoridade Palestina e Israel sobre essas entregas de ajuda.
No domingo, a travessia Kerem Shalom, controlada por Israel em Gaza, abriu-se para caminhões de ajuda pela primeira vez desde a eclosão da guerra, disseram as autoridades, numa tentativa de duplicar a quantidade de alimentos e medicamentos que chegam até a Faixa de Gaza.
Fonte: CNN
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