Porto Velho, RO - Começaram a entrar esta semana na Faixa de Gaza milhares de doses de vacinas contra doenças infantis, como a poliomielite e o sarampo, confirmou o Ministério da Saúde palestino. As vacinas entraram no enclave pela fronteira de Rafah, com a ajuda de instalações de armazenamento do governo egípcio.
A ofensiva terrestre de Israel interrompeu os serviços de saúde em Gaza, principalmente a vacinação contra doenças infantis altamente contagiosas que, ao longo das últimas décadas, tinham sido controladas por meio de programas de imunização em massa.
Com as vacinações de rotina e os sistemas de vigilância de doenças funcionando de forma precária, aumentou o risco de surtos de doenças mortais mas evitáveis, como o sarampo e a poliomielite.
Para tentar gerir a crescente emergência sanitária no território, Israel anunciou na sexta-feira (29) que facilitaria a entrada de vacinas para ajudar a prevenir a propagação de doenças.
O Ministério da Saúde palestino confirma que milhares de doses já entraram em Gaza por meio da fronteira de Rafah e que as instalações frigoríficas de armazenamento do governo egípcio foram essenciais para o reabastecimento de vacinas. As autoridades de saúde em Gaza acreditam que os imunizantes deverão ser suficientes para cobrir a vacinação de bebês entre oito e 14 meses.
O trabalho, porém, poderá tornar-se difícil devido ao enorme número de famílias deslocadas e em fuga, com centenas de milhares de pessoas em tendas ou outras acomodações temporárias.
Yasser Bouzia, chefe de relações internacionais do Ministério da Saúde em Ramallah, estima que haja cerca de 60 mil recém-nascidos em Gaza. Citado pela Reuters, Bouzia afirma que essas crianças estão privadas de serviços médicos, especialmente a vacinação.
Unicef
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), estima-se que 16.854 crianças perderam a possibilidade de serem vacinadas, comprometendo sua imunidade, num momento de vulnerabilidade significativa que têm sido os quase três meses de guerra.
Segundo o Unicef, são "muitos casos de meningite, erupções cutâneas, varicela e outras doenças, com taxas particularmente alarmantes de infecções respiratórias e diarreia em crianças menores de cinco anos".
Faten, mãe de uma criança de um ano e meio, partilhou suas preocupações. Ela disse que durante estes tempos difíceis as doenças estão se espalhando rapidamente.
“É realmente assustador não poder vacinar a minha filha de um ano. Estou preocupada com o fato de ela poder pegar doenças, por isso tenho mantido longe das pessoas”, afirmou.
O Unicef e os parceiros lançaram uma resposta rápida para entregar cerca de 962.550 doses de vacinas essenciais, que poderão proteger as crianças contra doenças como o sarampo, a pneumonia e a poliomielite. "Na última semana de dezembro, mais de 600 mil doses de vacinas chegaram à Faixa de Gaza", informou a organização.
A ação traz esperança para Faten que reitera: “As vacinas devem continuar a chegar para proteger essas crianças vulneráveis de doenças comuns”.
Fonte: Carla Quirino - Repórter da RTP
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