Conselho clerical se apressa para eleição antecipada para 28 de junho
Porto Velho, RO - O líder supremo do Irã conduziu orações em Teerã, nesta quarta-feira (22), durante o funeral do falecido presidente Ebrahim Raisi, à medida que o conselho clerical se apressa para organizar uma eleição antecipada, que pode corroer ainda mais sua legitimidade em meio à crescente insatisfação popular.
A convocação da votação de 28 de junho para substituir Raisi, morto em um acidente de helicóptero no domingo (19), precisará incentivar uma população que demonstrou pouco interesse na eleição de 2021, que levou o clérigo linha-dura à presidência, um papel que supervisiona o governo no cotidiano.
Raisi morreu em um momento de agravamento das tensões entre a liderança clerical e a sociedade, deterioradas pelo aumento dos controles políticos e sociais e pela piora da economia.
Um número cada vez maior de eleitores tem evitado os pleitos recentes, um sinal preocupante para a liderança, que vê o comparecimento às urnas como um teste de credibilidade para a República Islâmica de 45 anos.
"O establishment não tem opções para garantir um alto comparecimento [às urnas] em um período tão curto", disse uma ex-autoridade iraniana, que pediu para não ser identificada devido à sensibilidade do assunto.
"As pessoas estão extremamente insatisfeitas com o estado da economia, muitas outras estão furiosas com as restrições sociais, e a falta de opções eleitorais pode resultar em um baixo comparecimento."
Funeral
A TV estatal mostrou o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, liderando as orações enquanto dezenas de milhares de pessoas em luto lotavam as ruas no funeral em Teerã, que será transferido para a cidade natal do clérigo, Mashhad, no Leste no país, para o enterro na quinta-feira (23).
O caixão de Raisi, bem como os do ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, e de outras autoridades que morreram ao lado do presidente no acidente de domingo perto da fronteira com o Azerbaijão, passaram sobre as cabeças dos enlutados que choravam.
Um morador de Teerã disse que muitas pessoas receberam uma mensagem de texto em seus telefones, convocando-as a "comparecer ao funeral do mártir do serviço".
O Irã proclamou cinco dias de luto por Raisi, que adotou as políticas de linha dura de seu mentor Khamenei, com o objetivo de consolidar o poder clerical, reprimir os oponentes e adotar uma linha dura em questões de política externa, como negociações com Washington sobre o programa nuclear iraniano.
Mais de 40 delegações estrangeiras de alto escalão nos níveis de chefe de Estado, ministros das Relações Exteriores e chefes de Parlamento participarão da cerimônia em Teerã nesta quarta-feira, informou a agência de notícias semi-oficial iraniana Fars.
Fonte: Parisa Hafezi – Repórter da Reuters
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