A finalidade é implementar a captura do peixe em áreas onde a espécie não é considerada nativa
Porto Velho, RO - Com o objetivo de atender às necessidades dos residentes da Reserva Extrativista Estadual (Resex) do Rio Cautário, localizada no município de Costa Marques, que solicitaram um plano de manejo de controle do Pirarucu (Arapaima gigas), espécie não nativa da região, o governo de Rondônia realizou, de 11 a 28 de agosto, a primeira etapa de pesca na localidade.
O projeto é coordenado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e teve início em 2021, abrangendo as unidades de conservação estaduais de uso sustentável Resex do Rio Pacaás Novos e Resex do Rio Cautário. A finalidade é implementar a captura do peixe em áreas onde a espécie não é considerada nativa.
AÇÃO CONJUNTA
O projeto é coordenado pela Sedam e abrange as unidades de conservação estaduais de uso sustentável
Para que a pesca ocorresse, a participação dos comunitários foi fundamental. Os moradores tradicionais participaram ativamente, pescando, eviscerando os peixes e realizando o planilhamento de dados junto aos técnicos da Coordenadoria de Unidades de Conservação (CUC).
Neste ano, o projeto alcançou recordes em comparação aos anos anteriores, superando a quantidade de peixes e a quantidade total de pescado, que somou quase duzentas unidades e mais de 9 toneladas. Todo o recurso arrecadado com a venda do Pirarucu é dividido entre os comunitários atendidos. A comercialização e divisão dos valores são de responsabilidade da Associação dos Seringueiros do Vale do Guaporé (Aguapé), que reúne as famílias tradicionais.
GESTÃO SUSTENTÁVEL
O governador de Rondônia, Marcos Rocha salientou que, o sucesso desta etapa do projeto é um reflexo do compromisso com a gestão sustentável dos recursos naturais e a preservação ambiental. “O empenho dos comunitários e o suporte da nossa equipe foram essenciais para superar as metas estabelecidas. Estamos trabalhando para garantir que as necessidades das comunidades locais sejam atendidas e a fauna nativa seja protegida.”
O empenho dos comunitários e o suporte da equipe técnica foram cruciais para superar as metas estabelecidas
De acordo com a analista ambiental da Sedam e coordenadora do manejo, Chirlaine Varão, a assistência da Sedam foi fundamental para o sucesso desta etapa. “Com o apoio da secretaria e os investimentos realizados no manejo, conseguimos desenvolver um trabalho muito eficaz em 2024, contudo, não podemos esquecer a importância das etapas anteriores à pesca, como a capacitação técnica e comunitária e o estudo populacional dos peixes, que nos permite definir a melhor estratégia para a pesca”, afirmou.
O secretário da Sedam, Marco Antonio Lagos comemorou os resultados. “Aumentamos a eficácia das estratégias de manejo e controle graças ao trabalho dedicado de nossa equipe, e ao suporte contínuo do governo. Esse avanço é um testemunho do trabalho coletivo para enfrentar os desafios ambientais e promover a conservação dos recursos naturais”, destacou.
MANEJO E PRESERVAÇÃO
Os moradores tradicionais participaram ativamente de todas as etapas
Líder comunitário da Resex, Givanildo Gomes de Souza falou sobre a importância da pesca: “Com toda a experiência que temos aqui na localidade, percebemos que os peixes que usamos para nossa subsistência não eram mais encontrados como antes, porque o Pirarucu se alimenta dessas espécies. Portanto, o manejo para a erradicação é fundamental para nossa comunidade”, assegurou.
Nascida na Reserva Extrativista, Taline Mendes da Silva destacou um dos pontos do projeto: “Aqui não existe diferença de gênero. Todos são tratados igualmente e têm sua importância no manejo. Nosso trabalho contribui para a preservação das espécies nativas nos rios”, finalizou.
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